quarta-feira, 13 de agosto de 2014
Escritos Críticos I
A escuridão causa medo. O mais indicado para quem anda na noite é evitar os lados mais escuros da rua. Tola ilusão quando isso trata-se de filosofia. De um determinado tipo de filosofia. Aquela que busca sua negação determinada. Um filosofia que começa com os grande sábios da antiguidade (aqui me refiro não só aos gregos). Sábios que via na obscuridade da consciência a motivação para a busca da sabedoria. Heráclito sabia que o "rio nunca era o mesmo, ao banharmos nele duas vezes". Isso já era um exercício, mesmo que discursivo(dialógico) de uma negação determinada. Georg Wilhelm Friedrich Hegel (Stuttgart, 27 de agosto de 1770 — Berlim, 14 de novembro de 1831) foi um filósofo alemão que concebeu sua "negação determinada" pelo exercício da dialética do Espírito. Para alguns essa negação determinada causa "espanto". Hora, o espanto (thaumazein) é justamente o ponto de partida para a sabedoria filosófica. Sem que isso o leve a um beco sem saída. Embora Hegel tenha se limitado a perceber a negação determinada como passagem para a possibilidade do Espírito Absoluto, seus seguidores, críticos ou admiradores não deixam por assim mesmo. Buscam algo a mais nessa negação determinada. Como melhor direção, qual melhor caminho dessa negação. Não o sabemos. Eis um principio razoável dessa negação: não ter certeza das coisas, apenas curiosidade, espanto. Eis o que me mobiliza a pensar a partir do lado escuro da rua. Vou andar pelos becos, pelas vielas, pelas favelas para sentir minha negação determinada. Vou me arriscar!
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