sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Reativando o blog

O blog ficou por um tempo desativado justamente por falta de tempo. Mas dizem que o tempo é algo virtualmente que criamos. Por isso seria mais sensato não falarmos em falta de tempo, mas em excesso de opções. E isso é uma grande característica do nosso mundo moderno (pretensiosamente querendo ser pós-moderno). Por falar em opções fico cada vez mais apavorado com as opções que parcela da humanidade tem feito. Talvez podemos até questionar se são opções ou imposições. Acredito mais na segunda opção. Quando centenas de pessoas estão morrendo por conta de opções de outras, elas perdem o sentido de autonomia. Ela simplesmente torna-se cinza.

Como pessoa, devo estar constantemente advertido com relação a este respeito, pois implica igualmente o que devo ter por mim mesmo em minhas opções. Talvez a autonomia genericamente entendida não faça sentido algum. Mas o respeito pela dignidade humana continua sendo um imperativo ético que podemos ou não conceber uns aos outros. Quando a dignidade é desrespeitada, todos sofrem. Cada um sofre, o mundo sofre, a natureza sofre. O que não se diz é que no terreno no qual a dignidade de alguns é conquistada no seu poder sobre a sociedade é o poder que os “economicamente” mais fortes exercem sobre a própria sociedade. Infelizmente a dignidade hoje é a dignidade da própria dominação de uns sobre os outros. Ela tornou-se o caráter compulsivo da sociedade alienada de si mesma.

É preciso entender que a transgressão da dignidade jamais pode ser vista ou entendida como uma virtude, mas como ruptura com a decência. Ser digno a partir da dominação exercida sobre o outro é pura indignidade. O que quero dizer é o seguinte: se alguém seja corrupto, racista ou qualquer outra indignidade que assuma isso como uma violência contra a natureza humana e contra si mesmo. Não há justificativa plausível para explicar as imposições de uns sobre os outros. Qualquer desrespeito a dignidade humana é imoral e lutar contra ela é um dever, por mais difícil que seja.