quinta-feira, 7 de julho de 2011

Educação como mercadoria

O tema do fetichismo da mercadoria, oriunda do processo valorativo da produção capitalista analisado por Karl Marx. Assim, a análise marxiana do fetichismo e o modelo derivado de sua teoria da produção, são muito profícuos à crítica a educação como mercadoria. E nos deparando com os problemas relacionados à educação pública (precarização das escolas, desvalorização dos profissionais, etc), podemos compreender que eles não estão desarticulados com as problemáticas nada circunstanciais do capitalismo avançado.

A função social da educação (de modo particular, a escola), só se explicita na medida em que se desenvolve a perspectiva de sua apreensão em seu duplo caráter material. Nesse sentido, o que se observa, de um lado, atualmente no Brasil é a progressiva redução do entendimento dos impasses das políticas educacionais. Por outro lado, as pseudo-soluções, aparentemente desconexas, que estão organicamente articuladas como peças de uma engrenagem social contaminada pelas relações de mercados capitalistas.

O que se quer realçar é que a luta pela defesa da educação (cito a greve dos professores em alguns estados pela implantação do Piso Salarial do Magistério), contra seu caráter mercadológico, é uma necessidade efetiva para uma nova estratégia social. Esta perspectiva sinaliza os dilemas e conflitos face ao substancial da educação da classe trabalhadora.

A via de acesso a tal substancial é o reconhecimento do processo de reprodução das relações materiais vigentes e de resistência a ele. Isso significa reorientar as políticas da educação contemporânea. Nesse particular, a luta dos profissionais seria impotente e enganosa se ignorasse sua dimensão de resistencia ao conformismo. Contudo, torna-se necessário compreender a educação também no caminho da resistência ao fetichismo da própria educação como mercadoria.

* Versão parcial do texto publicado na revista Ação e Reflexão da UNISC. texto completo ver:Link: http://online.unisc.br/seer/index.php/reflex