terça-feira, 6 de setembro de 2011

“ASSIM FALAVA TROTSKY"


"Se o capitalismo é incapaz de satisfazer as reivindicações que surgem infalivelmente dos males que ele mesmo engendrou, então que morra!"

No dia 21 de agosto completam-se 71 anos do assassinato de Leon Trotsky. Seu nome de nascimento era Liev Davidovich Bronstein, nasceu no dia 26 de outubro de 1879, no vilarejo ucraniano de Yanovka. Foi um intelectual marxista e revolucionário bolchevique, fundador do Exército Vermelho e apos morte de Lênin foi rival de Stalin, travando uma batalha política contra a burocratização do Estado Soviético e a degeneração do Partido Bolchevique. Em sua matéria publicada no Jornal Opinião Socialista, Henrique Canary, faz alusão ao importante comprometimento desse militante revolucionário. Trotsky era um homem de ação pratica e teórica. Aos 26 anos, formulou a “Teoria da Revolução Permanente”, baseado em sua experiência da revolução de 1905. Mas seu trabalho intelectual mais importante foi “A Revolução traída”, de 1936. Neste livro, analisa o processo de burocratização da URSS e do próprio partido Bolchevique e sentencia: ou a classe operaria soviética, sob a direção de um partido revolucionário, fará uma revolução política, que limpe dos sovietes e do Estado Operário a burocracia stalinista, ou o capitalismo será restaurado na Rússia. Cinqüenta anos depois se confirmou de modo dramático a previsão de Trotsky, isto é, o capitalismo é restaurado em todos os países de economia planificada. Em 1938, fundou a Quarta Internacional. Foi assassinado, em seu exílio no Mexico, por um agente da polícia secreta soviética.

“LIÇÕES DE OUTUBRO”

A Revolução Russa (1905 –1917) foi um acontecimento histórico importante do século XX, pois se tratou do primeiro movimento proletário em nível mundial. Uma revolução não-burguesa que levava em seu bojo todas as premissas teóricas do marxismo. Propunha-se através a abolição do sistema capitalista e a instauração do regime socialista. Contudo, uma tarefa de tamanha grandeza necessitava de grandes líderes revolucionários e de teorias propulsoras ao seu movimento. O nome de Trotsky, juntamente, com outros nomes importantes com de Lenin, Rosa Luxemburgo e outros, toma pra si tal tarefa. E o principal legado de Leon Trotsky foi a batalha política de continuidade da tradição marxista, defendendo a democracia operaria, a independência de classe e a construção de um partido de combate.

“SER TROTSKISTA HOJE”

Em 1985 Nahuel Moreno, ativista político argentino, escreve um breve texto, apontando a necessidade entender o que significa ser marxista. Para ele, isso implica em compreender que não adianta estar somente de acordo com as idéias de Marx e Engels, e fazer um culto cego a eles, significa,sim, saber criticá-los e ou até superá-los. E completava: “No aspecto positivo, ser trotskista é responder a três análises e posições programáticas claras. A primeira, que enquanto existir o capitalismo no mundo ou em um país, não há solução de fundo para absolutamente nenhum problema: começando pela educação, a arte, e chegando aos problemas mais gerais da fome, da miséria crescente, etc..” Nos parece que conhecer os feitos de Trotsky, não significa estar de acordo com ele. Mas não dá para não reconhecer sua importância na historia da humanidade. A luta pela emancipação humana implica numa tomada de posição consciente e conseqüente, sendo ou não sendo trotskista. E isso está em nossas mãos.

Fonte:
Opinião Socialista, nº430, p.12-13.
MORENO, Nahuel. Ser trotskista hoje. In: The Marxists Internet Archive. Trad. Carlos Herinque. http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/ma000078.pdf . acesso em 06 de setembro de 2011.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Educação como mercadoria

O tema do fetichismo da mercadoria, oriunda do processo valorativo da produção capitalista analisado por Karl Marx. Assim, a análise marxiana do fetichismo e o modelo derivado de sua teoria da produção, são muito profícuos à crítica a educação como mercadoria. E nos deparando com os problemas relacionados à educação pública (precarização das escolas, desvalorização dos profissionais, etc), podemos compreender que eles não estão desarticulados com as problemáticas nada circunstanciais do capitalismo avançado.

A função social da educação (de modo particular, a escola), só se explicita na medida em que se desenvolve a perspectiva de sua apreensão em seu duplo caráter material. Nesse sentido, o que se observa, de um lado, atualmente no Brasil é a progressiva redução do entendimento dos impasses das políticas educacionais. Por outro lado, as pseudo-soluções, aparentemente desconexas, que estão organicamente articuladas como peças de uma engrenagem social contaminada pelas relações de mercados capitalistas.

O que se quer realçar é que a luta pela defesa da educação (cito a greve dos professores em alguns estados pela implantação do Piso Salarial do Magistério), contra seu caráter mercadológico, é uma necessidade efetiva para uma nova estratégia social. Esta perspectiva sinaliza os dilemas e conflitos face ao substancial da educação da classe trabalhadora.

A via de acesso a tal substancial é o reconhecimento do processo de reprodução das relações materiais vigentes e de resistência a ele. Isso significa reorientar as políticas da educação contemporânea. Nesse particular, a luta dos profissionais seria impotente e enganosa se ignorasse sua dimensão de resistencia ao conformismo. Contudo, torna-se necessário compreender a educação também no caminho da resistência ao fetichismo da própria educação como mercadoria.

* Versão parcial do texto publicado na revista Ação e Reflexão da UNISC. texto completo ver:Link: http://online.unisc.br/seer/index.php/reflex

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Por que defender cotas para negros?


Por que defender cotas para negros é necessário?

Cinco razões:

1º Por conta do Racismo estrutural da sociedade brasileira - mesmo que muitos admitam não haver racismo no Brasil, ele existe.Existe sim, um racismo estrutural que se caracteriza pela manutenção de processos nefastos de exclusão que legaram aos negros e negras do nosso país uma trajetória de libertação inconclusa.

2º Pelas distancias nos indicadores sociais entre os negros/negras e a população branca - o último censo de IBGE re-confirma o abismo social entre negros e brancos. a população negra continua significativamente presente nos piores indicadores sociais, e o principio exemplo é o acesso a educação.Atualmente, a média de estudos dos brasileiros brancos é de 7,7 anos e a dos negros é de 5,8 anos. Está em 16% a estimativa de negros, maiores de 15 anos, analfabetos. Esse valor é de 7% para os brancos.

3º Ausência dos negros e negras no ensino superior - a população negra em sua maioria não está na universidade. Por que isso acontece? Não são capazes? Não querem? Existe algum motivo que vai muito além do que uma questão meritocrática. É necessario ainda se perguntar, onde estão os negros e negras? Por que não estão frequentando um curso superior?

4º Pelo mapa das políticas de ação afirmativa na educação superior - Há alguns anos algumas universidades públicas começaram, ou tiveram que começar, a adotar políticas de democratização do acesso às suas vagas. Ambas demonstram níveis desiguais de acesso e permanencia na universidade.Mas a grande maioria concordo que o desempenho dos cotitas em nada prejudicou o nível de qualidade dessas universidades e muito menos que estes tenham limitado seu proprio desempenho.Porém, algumas instituições para não enfrentar a questão de frente, preferem adotar outras politicas de acesso a universidade, considerando apenas o nível social. É necessário enfrentar a problemática racial de forma profunda, sem subterfúgios.

5º Pela necessidade e urgência de promover políticas de combate ao racismo - Observamos que o desenvolvimento da instituição de políticas afirmativas no ensino superior remete para a necessidade de promover uma ampla reflexão sobre as relações raciais e as práticas institucionais associadas à implementação dessas políticas de inclusão. Devemos ampliar o debate sobre a diversidade de modelos e das estratégias da academia para a implementação de ações afirmativas e, com isso, permitir uma abordagem crítica sobre as dificuldades e entraves (jurídicos, políticos e institucionais), bem como as conquistas, derivadas da implementação dessas políticas.


Uma última observação

O racismo hoje serve como ferramenta para dividir a classe trabalhadora, que deixa de enxergar o verdadeiro inimigo: a exploração capitalista, que reforça o preconceito como forma de aumentar os lucros dos patrões. Se faz importante numa luta contra o racismo que seja independente política e financeiramente dos governos e que seja protagonizada pelos movimentos sociais e populares, pelas entidades sindicais e estudantis, de modo que possamos enfrentar radicalmente o racismo e participar da construção de uma sociedade de fato sem racismo.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Retorno ao Blog


Estamos na ativa...Depois de um tempo parado, voltamos. O tempo nos consome, mas nunca desistiremos da luta. Grande inspiração são as mobilizações no mundo árabe, na Europa e também no Brasil, e, particularmente, Santa Catarina com os professores em Greve.Há um sentimento de indignação no "ar". O mundo, as pessoas, nós estamos esgotado com esse sistema que insiste em permanecer dominante. Esses movimentos são provas que possível resistir, mostra que o capitalismo não será triufante e muito menos que chegamos ao "fim da história".

De qualquer forma, esse é o nosso tempo. Tempo de mudanças, transformações profundas e profundamente necessárias.Como dizia o cantor Cazuza, "o tempo não pára", e nos convoca a ter o dominio sobre ele, ou pelo menos dos momentos que somos convocados a viver, portanto, a todos os momentos.Não há sofrimento, nem dor, sem razão. Muitos caminhos se abrirão, mas nenhum deles poderemos seguir sozinhos. Essa é nossa jornada...

Textos, imagens, coragens, paixões e utopias consistirão essa continuidade!